O cinema mundial já explorou de diversas formas relações de mães e filhos, de pais e mães que se separam e precisam lidar com o emocional dos filhos, e por vezes, com a entrada de madrastas “malvadas” no meio da história.
Em alguns poucos casos, no entanto, o público é surpreendido com histórias muito mais racionais, que sabem que “bruxas malvadas” raramente existem na vida real, pois pessoas são constituídas de qualidades e defeitos a depender da situação em que são colocadas.
Lado a Lado é uma dessas raras histórias minuciosamente construída para ser racional, e que evidencia os desafios de se relacionar com alguém que já possui filhos e um passado bem delineado. A madrasta, aqui, não é a vilã da história…na verdade, não há vilões nessa história, e sim uma família que, entre trancos e barrancos, tenta construir laços de acolhimento. Especialmente quando a vida apresenta uma surpresa inesperada e que atinge a todos.
O longa que tem Julia Roberts, Susan Sarandon e Ed Harris como protagonistas, é de 1998, porém, apenas agora vem sendo redescoberto na Netflix. E dada a preciosidade dessa história e a qualidade técnica da produção, achamos por bem dar vazão a esse tendência, e indicar essa pérola ao maior número de gente possível.
Quer saber porque assistir? Então continue a leitura!
Sobre Lado a Lado
Isabel (Roberts) é uma jovem e talentosa fotógrafa que caiu de paraquedas em uma situação no mínimo complicada. Ela é namorada de Luke (Harris) um homem atraente e sensível por quem se apaixonou e com quem decidiu ir morar.
O problema: ele saiu há pouco tempo de um casamento e seus dois filhos parecem odiá-la com todas as forças independente de seus esforços para se aproximar.
A mãe das crianças, Jackie (Sarandon) também não facilita muito o lado de Isabel. Porém, quando uma notícia atinge essa família peculiar, tudo sai ainda mais fora do eixo, e essas duas mulheres precisam trabalhar lado a lado para garantir o bem-estar das crianças.
Um filme sobre mulheres e seus desafios
Lado a Lado é um daqueles filmes que tornam muito fácil se colocar na pele dos principais personagens, afinal, suas histórias são semelhantes a muitas outras as quais, ou sabemos, ou já passamos.
Isabel é a jovem que acabou se apaixonando pelo cara mais velho com filhos, mas que antes disso, nunca realmente se imaginou como mãe. De repente, ela se vê inserida em um cotidiano onde precisa zelar pelas necessidades de duas crianças, que não gostam dela.
Uma posição extremamente difícil de se pensar para qualquer mulher.
Anna é a pré-adolesce que viu seus pais se separarem e logo em seguida, viu uma estranha chegar à vida do pai e pior, tenta se aproximar dela como uma “nova mãe”.
Já Jackie é a mulher que dedicou sua vida ao casamento, e que de repente, se vê trocada por uma mulher mais jovem e mais bonita, e que ainda por cima, tenta ganhar uma posição no coração de seus filhos.
Também uma situação excruciante, especialmente pela sensação de impotência na qual é colocada.
Apesar disso, ambas mulheres tem noção de que seus sentimentos, apesar de importantes, são menos potentes do que a confusão e dor que Anna (Jena Malone) e Ben (Liam Aiken) sentem. Afinal, se para um adulto é difícil lidar com relacionamentos e divórcios, que dirá para duas crianças.
Dessa forma, em dado momento do filme e a partir de uma reviravolta importante, as duas sabem que precisam superar suas diferenças, pois precisam da ajuda uma da outra para estabelecerem um cenário saudável e menos difícil possível para os dois pequenos.
Lado a Lado é daquelas histórias que todo mundo deveria assistir, especialmente mulheres. Isso porque o longa trabalha de maneira sensível, sem clichês ou cafonices a importância de entender as dificuldades de outra mulher e acolhe-las, independente das desavenças.
Enfim, uma obra lindíssima, primorosa e que está ao alcance de um clique.
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