Mais que apenas produções virais, os streamings dão a oportunidade de os espectadores conhecerem filmes e séries menos populares, e que de outra forma não chegariam ao grande público. O longa Saída à Francesa, por exemplo, chegou à Amazon Prime há alguns dias e sem dúvidas se encaixa nessa categoria.
O filme é baseado no livro homônimo de Patrick DeWitt, que aliás, é o roteirista do longa.
Lançado em 2021, Saída à Francesa tem direção de Azazel Jacobs e o protagonismo da estrela, Michelle Pfeiffer. Apesar disso (e das inúmeras indicações recebidas em grandes premiações) o longa não viralizou e pouco se ouviu falar sobre ele até agora.
Se você viu essa opção disponível na Amazon Prime e ficou se perguntando se vale a pena dar uma chance, a seguir a gente te conta o que achou do filme.
Sobre Saída à Francesa
Frances Price (Michelle Pfeiffer) é uma viúva de Nova York que durante a maior parte de sua vida viveu de forma luxuosa e sem preocupações financeiras.
Atualmente, no entanto, o dinheiro está acabando e a situação de falência é inevitável. Além disso, sua vida está na mira de um bombardeio de escândalos.
Dada essa realidade, ela aceita a proposta de uma amiga para se mudar para seu apartamento em Paris. Ao seu lado está seu jovem filho de vinte e poucos anos, que nunca adquiriu maturidade o bastante para saber se manter com as próprias pernas.
Com um objetivo irrefreável, a ex-socialite precisará se reencontrar no mundo e resolver algumas coisas antes de completar sua missão.
Vale a pena assistir?
Saída à Francesa é aquele tipo de filme difícil de definir se vale ou não a pena assistir. Isso porque a resposta depende muito do gosto pessoal de cada um e especialmente da vibe em que o espectador se encontra na hora de dar play.
O filme inicia nos apresentando Frances e sua personalidade “peculiar” de quem não se importa com regras. O mais interessante é que isso não vem do fato de a personagem se achar rica o bastante para estar acima das normas. O frequente descaso por convenções é genuíno e carregado com orgulho por Frances…ao menos nos momentos em que ela não está prezando pelas aparências.
Malcom, o filho, é outro personagem interessante. Perdido e com sentimentos pela mãe que se dividem entre devoção, receio e algo ainda mais complexo, o jovem é difícil de ler já que sua imaturidade nem sempre é tão generalizada quanto parece.
Por fim, o fio condutor de quase todo o drama é o curioso gato Frank, que com o passar da trama revela-se uma figura mais importante do que se imagina inicialmente. É o desaparecimento e motivação do gato que conduzem a narrativa da segunda parte do filme, resultando em revelações mais profundas do que se esperava.
No geral, como dito, é difícil indicar Saída à Francesa como um bom filme para qualquer pessoa assistir. Isso porque o longa conta com dramaticidade e humor muito peculiares que podem ser tidos como chatos ou mesmo sem sentido por alguns espectadores.
A única coisa clara que se pode dizer desse filme é que a atuação de Michelle Pfeiffer é impecável, memorável e icônica, o que para alguns pode ser motivo suficiente para dar uma chance ao longa.
Falando pessoalmente, essa que vos escreve realmente gostou da produção, especialmente pela originalidade da história e pelo humor sútil, mas absurdo, que se apresenta em cada ato. Frances é uma personagem genial, interessante e desconcertante, que poderia tranquilamente ser uma criação de Tennessee Williams e fazer frente à Blanche DuBois.
Dito isso, a dica é assistir ao menos meia hora dessa “viagem cult” disponível na Amazon Prime, e caso não seja do gosto do espectador, tudo bem.
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