Público relata crises de ansiedade ao assistir “Todo Dia a Mesma Noite” na Netflix. Entenda os motivos.

Desde que foi anunciada oficialmente, a série original Todo Dia a Mesma Noite” tem sido uma dos lançamentos mais aguardados pelo público brasileiro que assina a Netflix.

Baseada no livro de mesmo nome publicado por Daniela Arbex, a produção investiga – de forma dramatizada – tudo o que envolve uma das maiores tragédias da história do país: o incêndio da Boate Kiss.

Aqui, os espectadores são convidados a embarcar em uma viagem angustiante e reflexiva até a cidade de Santa Maria, em 2013. Há 10 anos, um incêndio catastrófico entrou para a história ao deixar mais de 240 pessoas mortas 636 feridos. O realismo pelo qual a série opta a mostrar os acontecimentos, contudo, tem afetado bastante o público.

Realismo de “Todo Dia a Mesma Noite” choca assinantes da Netflix

Todo Dia a Mesma Noite
Série original choca o público pelo realismo dos fatos (Imagem: Divulgação/Netflix).

A princípio, muitos espectadores de Todo Dia a Mesma Noite” podem acreditar que a série seguirá por um caminho documental. Aqui, contudo, o que se tem é um enredo que apropria-se dos eventos em torno da tragédia para promover reflexões do público.

Certamente, quem leu o livro de Daniela Arbex já estava mais preparado para o realismo e a dureza do que seria apresentado a seguir. O público geral da plataforma, por outro lado, não pode se preparar para as cenas chocantes e angustiantes da série.

Nesse sentido, a série é bastante clara logo no primeiro capítulo. Nele, a direção tenta inserir o público no cenário de aflição, desespero e angústia que virou a Boate Kiss em um dos dias mais trágicos de sua história. Uma vez que a série faz isso, o enredo guia o público para um dos seus tópicos mais importantes: a luta pro justiça.

Todo Dia a Mesma Noite
Público acompanha aflição e tristeza dos envolvidos na tragédia (Imagem: Divulgação/Netflix).

Engana-se, contudo, que a sensação de angústia do primeiro capítulo dá espaço a percepções mais positivas no futuro. Após vivenciar a árdua realidade daquela tragédia, o público ainda é obrigado a confrontar o descaso, a negligência e a ociosidade da justiça para punir os culpados pelo que ocorreu.

Nesse sentido, Todo Dia a Mesma Noite” faz com que o público se solidarize e embarque na sensação de impotência que viveram – e ainda vivem – os familiares das vítimas. Nesse ponto, a produção não poupa esforços ao mergulhar, mais uma vez, em um poço de sentimentos complexos e conflitantes.

Produção gera crises de ansiedade em parte do público

Público da Netflix relata crises de ansiedade nas redes sociais (Imagem: Divulgação/Netflix).

Não demorou muitas horas após a estreia de Todo Dia a Mesma Noite” na Netflix para que o público começasse a compartilhar suas percepções sobre a série na internet. Nesse sentido, a maioria dos comentários não discutiam a qualidade inegável do enredo e da filmografia – mas os impactos da série em quem assiste.

Aqui, portanto, vale a pena esclarecer: Todo Dia a Mesma Noite” não é uma série recomendável para pessoas ansiosas ou que enfrentem condições psicológicas de instabilidade.

Série não é recomendada para público que lida com certas condições psicológicas (Imagem: Divulgação/Netflix).

Inegavelmente, o realismo da produção pode ser um dos seus principais méritos. Essa escolha criativa, contudo, tem um custo. Todo Dia a Mesma Noite” acerta demais em inserir o publico nesse contexto de angústia. Por essa razão, diversos assinantes da Netflix têm alegado crises de ansiedade enquanto assiste ao título.

Nesse ponto, a experiência proposta pela série vem imbuída de um caráter muito crítico e politizado da arte: a capacidade de gerar incômodo. É exatamente nesse desconforto que o enredo se ancora. O que se tem, por fim, é uma série intensa, angustiante e original que certamente te fará refletir e repensar sobre questões que transcendem aquela tragédia – mas dizem respeito ao que é ser humano.

Confira algumas reações do público:

Assista ao trailer de “Todo Dia a Mesma Noite”:

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Marcello OliveiraArquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.
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