Os produtores do nono filme da franquia “Velozes e Furiosos“, intitulado “F9”, receberam uma multa de mais de $1 milhão em um tribunal no Reino Unido devido a um acidente ocorrido durante as filmagens.
O dublê Joe Watts, conhecido por seu trabalho em produções como “Solo: Uma História Star Wars” e “Pokémon: Detetive Pikachu”, sofreu lesões graves que tiveram um impacto significativo em sua vida. A subsidiária da Universal Pictures responsável pelo filme, FF9 Pictures Limited, foi considerada culpada por violar a Lei de Saúde e Segurança no Trabalho do Reino Unido.
Em 2019, durante as filmagens de “F9” no estúdio da Warner Bros. em Leavesden, Joe Watts sofreu um grave acidente que mudou sua vida. Durante uma cena envolvendo um dublê, algo deu errado e Watts foi jogado a uma altura de 7,6 metros, caindo em um piso de concreto.
Como resultado, ele sofreu uma fratura no crânio e uma lesão cerebral traumática, o que teve impactos de longo prazo em sua capacidade. Uma investigação posterior revelou que a linha do colete de dublê havia se soltado, contribuindo para o acidente.
A Health and Safety Executive do Reino Unido, responsável pela acusação, afirmou que a FF9 Pictures Limited não considerou a possibilidade de “rompimento de corda ou falha de elo” durante a avaliação inicial de riscos.
Além disso, a empresa foi acusada de outras falhas, como a falta de inspeção do arnês de Watts nos últimos seis meses, como era necessário, e a falha em estender o colchão de proteção após a mudança na sequência da cena. Essas violações resultaram na grave lesão do dublê.
Após o julgamento, o juiz Talwinder Buttar aplicou uma multa de £800,000 (aproximadamente R$ 5 milhões) à FF9 Pictures Limited. Ele ressaltou que Joe Watts teve sorte em estar vivo após o acidente e que a empresa negligenciou a segurança dos seus funcionários durante as filmagens. Além da multa, a empresa também foi ordenada a pagar $18,600 em custos.
Joe Watts está processando a FF9 Pictures Limited por danos pessoais no valor de $1.2 milhão. Ele afirmou que não será capaz de retornar à sua profissão de dublê após o acidente e que terá uma deficiência permanente no mercado de trabalho, o que impactará sua capacidade de sustento. O processo busca compensação pelos danos físicos e emocionais sofridos por Watts.
A inspetora da HSE Roxanne Barker disse o seguinte a respeito do acidente: “Os ferimentos do sr. Watts afetaram sua vida e poderiam tê-lo matado facilmente. No trabalho de dublê, não se pensa em prevenir uma queda, mas sim reduzir o risco de um ferimento“.
Inclusive, o próprio processo aberto por Watts diz o seguinte: “Ele não poderá retornar ao emprego anterior ao acidente como dublê. Se conseguir trabalhar, sofrerá uma desvantagem permanente no mercado de trabalho“.
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