Ao abandonar drama da novela, 2ª temporada de “Rebelde” luta para acertar no ritmo (Primeiras Impressões)

Desde que a Netflix anunciou que produziria uma série baseada em Rebelde“, novela que se tornou um fenômeno internacional nos anos 2000, centenas de fãs do título têm repercutido a forma nostálgica, sensível e original como a plataforma de streaming tem tratado as questões que envolvem a série – cuja primeira temporada estreou em janeiro no catálogo da marca.

Como as duas primeiras temporadas da série foram gravadas em continuidade, não demorou muito para que a Netflix confirmasse o novo do ano do título: a partir de amanhã (27), todos os assinantes da plataforma de streaming terão acesso ao conteúdo da 2ª temporada completa. Nesse novo ano, os estudantes do EWS terão que lidar com as consequências da Batalha das Bandas enquanto enfrentam seus dramas pessoais e a chegada de um novo diretor ao programa musical da escola.

Para que os leitores do Sobre Sagas saibam o que esperar da nova temporada, a Netflix compartilhou com o site os dois primeiros capítulos desse novo ano. Confira, a seguir, as primeiras impressões sobre a 2ª temporada de Rebelde“, em um texto sem SPOILERS:

2ª temporada de “Rebelde”: Falta o ritmo e a energia do RBD

Ao abandonar drama da novela, 2ª temporada de "Rebelde" luta para acertar no ritmo (Primeiras Impressões)
“Rebelde” luta para encontrar seu ritmo em início da 2ª temporada (Imagem: Divulgação/Netflix).

Dentre todos os pontos que fizeram a 1ª temporada de Rebelde” conquistar o público de assinantes da Netflixo que mais se destaca é a forma sensível e não-apelativa com a qual a série referencia sua produção de origem. Para além das músicas, que certamente transportam os fãs do RBD até os anos 2000, a série se conecta com a novela através do seu ritmo e intensidade.

Essa conexões, até então, se estabeleceram de uma forma bastante sensível através da maneira como a série guia seus conflitos, trazendo para um enredo contemporâneo esse ar de trivialidade e até mesmo futilidade em alguns pontos. Através dessa fórmula, a produção conseguiu conectar o melhor desses dois mundos ao apresentar uma nova versão do RBD, que tal como a banda de origem, também enfrentou percalços em sua composição.

Em seu primeiro ano, os produtores conseguiram desenvolver as histórias de diversos personagens que, após terem suas peculiaridades retratadas, se unem no terceiro ato em torno de um único objetivo: provar para todos suas potencialidades no mundo da música. Esse fio condutor, que conecta essas diversas histórias a um elemento catalizador, é exatamente o que falta nos episódios da 2ª temporada de “Rebelde”.

Rebelde
Novo ano volta a retratar narrativas paralelas e ignora os princípios de unidade (Imagem: Divulgação/Netflix).

Em seu novo ano, os showrunners evitam a complexidade de retratar as consequências da  Batalha das Bandas ao introduzir os espectadores em um contexto completamente morno e simplificado. É como se, tal como os estudantes do EWS, os espectadores da série também tivessem tirado férias do ritmo frenético que tomou conta do final da primeira temporada.

Com isso, os roteiristas da série reduzem a importância dos seus acontecimentos passados ao transmitir a ideia de que, independente do que ocorra, os personagens não terão que lidar com as consequências dos seus atos. Ao invés de retratar o RBD como uma banda que surgiu através de uma ação Rebelde e continuará em um caminho contestatório de sua realidade, a série desintegra o grupo em velocidade recorde – e de repente, tudo o que importava antes torna-se algo do passado.

A trama, então, retorna aos contextos individualistas e dispersos que seus personagens foram introduzidos – e dessa vez, Rebelde” não consegue recuperar o fôlego que os espectadores usualmente despendem no início de uma série. Une-se a isso o fato do título negar os princípios que vieram da novela de origem e fizeram o ano de estreia ser tão interessante: a dinâmica de pessoas jovens que, apesar de diferentes, conseguem se unir em grupos identitários, no melhor sentido do termo.

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2ª temporada de “Rebelde” arrisca alto ao apresentar narrativa anticlimática (Imagem: Divulgação/Netflix).

A prova cabal desse ritmo anti-climático está no discurso do novo diretor do programa musical do EWS, que logo no primeiro episódio apresenta um discurso contra a ideia de grupos. A forma como esse tipo de argumento não encontra nenhum tipo de resistência nos personagens da própria banda principal é a síntese de que, a princípio, o roteiro da série ignora sua própria construção.

Sobre um olhar mais esperançoso para o futuro da trama, ainda é possível destacar a identidade marcante e ambígua de Luka Coluci e a introdução de um novo aluno como pontos positivos desse novo ano. As músicas originais apresentadas nos primeiros capítulos podem não ser obras-primas como Sálvame“, mas também demonstram o potencial de uma temporada que ainda pode ser salva pelo talento e paixão dos seus personagens.

É claro que, com o modelo simultâneo de distribuição de temporadas das séries da Netflixa narrativa de Rebelde” ainda pode encontrar um ritmo mais conciso antes que o público abandone a série em seu começo. Ainda assim, se considerada a ausência de ímpeto dos episódios inicias da série, é difícil de acreditar que sua 2ª temporada consiga encontrar a principal herança da novela mexicana: uma narrativa cheia de conflitos dramáticos, trivialidades e emoções adolescentes.

Assista ao trailer da 2ª temporada:

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Quais são suas expectativas para a estreia da 2ª temporada de Rebelde“? Não se esqueça que as primeiras impressões se referem apenas aos dois capítulos iniciais da série. Para ficar por dentro do título e das demais produções originais da Netflix,  fiquem sempre conectados aqui e nas páginas oficiais do Sobre Sagas!

Marcello OliveiraArquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.
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