A longa espera pelo retorno das aves fugitivas da Claymation terminou depois de 23 anos. A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets finalmente chegou, mas a pergunta que rodeia a cabeça dos fãs é: porque o segundo filme da franquia demorou tanto pra ser lançado?
Pois bem, segundo entrevista fornecida pelo diretor Sam Fell e pelos produtores Peter Lord e Darren Dubicki ao The New York Times, o caminho até o lançamento do novo filme passou por uma série de obstáculos verdadeiramente épicos, que vão desde desastres naturais a crises globais. Entenda.
O Cansaço após o primeiro filme
Quando A Fuga das Galinhas estreou no início do milênio, surpreendeu o público com seu humor excêntrico e uma técnica de animação meticulosamente trabalhada, totalmente em stop-motion.
Por trás das cenas cómicas e da narrativa inspiradora, escondia-se o árduo e trabalhoso processo de produção, que exigiu um esforço colossal da equipe da Aardman Animations. Com cada movimento dos personagens demandando uma manipulação detalhada, não é surpreendente que, após o lançamento, o time estivesse esgotado.
Assim, segundo Lord, essa exaustão natural contribuiu para a decisão da produtora em não se apressar em dar continuidade à saga das aves empreendedoras.
“É como se você tivesse acabado de correr uma maratona e alguém dissesse: ‘Ei, que tal correr outra maratona?’ Você pensa: ‘Bem, não agora’”
Um incêndio que fez a produção precisar recomeçar do zero
Antes mesmo que uma possível sequência pudesse ser levada a sério, um revés incendiário obrigou a produção a voltar à estaca zero.
Um armazém em Bristol, na Inglaterra, que guardava os tesouros do primeiro filme – bonecos, moldes e cenários – foi devastado pelas chamas.
Este evento inesperado demandou um esforço adicional dos criadores, que se viram obrigados a reconstruir do zero todo o universo do filme caso desejassem seguir em frente.
Enchente
Como se a fúria do fogo não fosse suficiente, outro elemento natural resolveu desafiar a resiliência do projeto. Uma enchente, alimentada por um telhado que sucumbiu ao calor combinado com chuvas intensas, inundou o local onde os recém-construídos personagens e cenários de A Fuga das Galinhas 2 eram armazenados.
“Todo o estúdio começou a vazar, tipo, não só um pouquinho, mas muito,” disse Fell.
Mais uma vez, a água levou consigo um tempo precioso, obrigando a sequência de A Fuga das Galinhas a atrasar mais uma vez.
A Pandemia de Coronavírus
Se desastres locais já eram um peso sobre os ombros dos animadores da Aardman, a pandemia de coronavírus trouxe um desafio de escala global.
Conforme a COVID-19 obrigava o mundo a uma pausa, a pré-produção foi abruptamente interrompida nos primeiros meses de 2020. A retomada foi lenta e cercada de precauções, especialmente pelo risco de contaminação que passava a assombrar os membros da produção.
Precauções extras, incluindo a ‘quarentena’ dos personagens após serem tocados, passaram a fazer parte da rotina, atrasando ainda mais o avanço do filme.
Apesar de todos esses contratempos, o humor parece não ter abandonado a equipe. Mesmo com os desafios, há um tom de brincadeira quando o diretor Sam Fell menciona que, diante dessas adversidades, se pudesse apostar, diria que o próximo filme só seria lançado em 2050.
A comunidade de fãs espera, com expectativa, que isso seja apenas uma piada e que não tenham de esperar mais 27 anos para uma nova aventura.
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets já está disponível na Netflix.
Fonte: The New York Times
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