A Netflix, renomada plataforma de streaming, enfrenta críticas e polêmicas após ter sido revelado que a série de ficção científica “Conquest” foi cancelada após um investimento milionário de $55 milhões.
O diretor Carl Rinsch recebeu um contrato vultuoso em 2018 para produzir a série, mas de acordo com um relatório do The New York Times, questões como o comportamento errático de Rinsch e o caos nos bastidores levaram ao cancelamento do projeto.
A divulgação desse relatório desencadeou reações negativas de profissionais criativos que trabalharam ou tentaram trabalhar com a Netflix, que utilizaram as redes sociais para expressar sua frustração.
O cancelamento de “Conquest” levou diversos profissionais criativos a manifestar sua indignação nas redes sociais. Hampton Yount, comediante e dublador que atuou na série “Mystery Science Theater 3000”, mencionou que o dinheiro investido na série cancelada poderia ter sido utilizado para produzir mais temporadas de seu programa.
Já Jorge R. Gutierrez, o criador de “Maya and the Three”, resumiu o relatório em uma única palavra: “Hollywood”, apontando para as problemáticas da indústria do entretenimento.
A atriz Nandini Bapat criticou a falta de apoio da Netflix para projetos de criadores pertencentes a minorias étnicas, como negros, indígenas, asiáticos, sul-asiáticos e latinos. Elizabeth Ito, diretora e roteirista, questionou o desperdício do dinheiro investido na série cancelada, argumentando que ele poderia ter sido melhor utilizado em outros projetos.
A rejeição pela Netflix de um projeto original de Jared Krichevsky, membro do departamento de arte de filmes de sucesso como “Godzilla vs. Kong” e “Guardiões da Galáxia Vol. 3“, também gerou críticas.
Elle Schneider, diretora e cinematógrafa, destacou a dificuldade enfrentada por mulheres diretoras para conseguir oportunidades na indústria do entretenimento, enquanto homens brancos têm mais facilidade.
Travon enfatizou a vantagem que homens brancos têm na vida e chamou isso de “código de trapaça”, ressaltando a desigualdade presente no setor. Enquanto isso, Krister Johnson, criador da série “Murderville”, comparou o valor de $55 milhões gasto na série cancelada com o custo de produção de oito temporadas de sua própria produção, o que evidencia a discrepância de investimento na indústria.
Outras pessoas também fizeram comentários e críticas a respeito da decisão de gastar $55 milhões nessa série. Veja alguns a seguir:
“Nós propusemos um programa original de antologia para a Netflix, mas eles disseram não porque éramos inexperientes”, escreve Jared Krichevsky, um membro do departamento de arte de Godzilla vs. Kong e Guardiões da Galáxia Vol. 3.
“Enquanto isso… diretoras ainda precisam ter dirigido previamente um filme de sucesso no Sundance ou passado por inúmeros laboratórios e bolsas… antes de terem a oportunidade de dirigir um (1) episódio de uma série narrativa.”
“Nossa série da Netflix, com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes e assistida por milhões, poderia ter tido mais quatro temporadas com esse dinheiro, parece um golpe criminoso sei lá”, escreve Hampton Yount, um comediante e dublador que estrelou Mystery Science Theater 3000 da Netflix.
