Uma nova série sul-coreana da Netflix está levantando tanta polêmica com sua história sobre tráfico, que tem governo ameaçando processar o streaming.
O Suriname, país localizado na América do Sul está cogitando seriamente tomar medidas legais contra o k-drama Narco-Santos, lançado na semana passada na Netflix e que atualmente se encontra no top 10 de séries mais assistidas da plataforma.
O motivo para o desagrado do governo do Suriname com a série, seria a forma como o país é retratado na produção, segundo comunicado oficial, como um “narcoestado”.
A minissérie é baseada em uma história real ocorrida no país sul-americano no início dos anos 2000. Nela, o público acompanha a história de um empresário que, aliado ao governo, aceita a missão de capturar um traficante sul-coreano que opera no Suriname.
Em nota oficial, o ministro das Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, diz que a série da Netflix está criando uma “percepção negativa” sob o seu país. E ainda que a série se passe em anos passados, para ele o programa apresenta uma imagem que não é mais a realidade do país.
O Suriname não tem mais a imagem que surge na série ou não participa mais desse tipo de prática. […] O mundo inteiro vê essas coisas, então isso não é bom”, diz a declaração.
Para além das implicações legais que podem atingir a Netflix em breve, a preocupação real é que Narco-Santos acabe gerando um conflito diplomático entre Suriname e Coreia do Sul.
Na terça-feira (14), a embaixada sul-coreana da Venezuela publicou um comunicado oficial dirigido a coreanos que residem no Suriname, demonstrando preocupação com a segurança dos mesmos.
Assumimos que os residentes coreanos no Suriname devem estar muito preocupados devido à exibição do drama “Narco-Santos”. Sua segurança é nossa maior preocupação e, portanto, a embaixada fará o possível para garanti-la”, diz a publicação.
O Suriname é conhecido por ser uma país com um forte senso de conservadorismo na América do Sul, e onde crimes bárbaros contra opositores políticos eram frequentes antes de o governo atual (eleito em 2020) assumir.
O ex-presidente do país, Dési Bouterse, por exemplo, foi despojado do cargo em 2019 e condenado pelo assassinato de 15 adversários políticos.
Dessa forma, não é de se surpreender o descontentamento e o desejo extremo de processar uma produção televisiva que destoe da imagem que que o novo governo do país deseja passar para o mundo.
A Netflix ainda não se manifestou sobre o caso.
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