Já fazem alguns dias que um filme indiano entrou no radar dos assinantes da Netflix, e mesmo não aparecendo no top 10 da plataforma tem sido muito comentado nas redes. Mili é um suspense lançado no ano passado que está impressionando os espectadores com sua história cheia de emoção e aflição.
Mas será que a quantidade de elogios que esse filme está recebendo é justificável? Bom, é o que nós pretendemos te falar nesse artigo.
Nessa trama, uma jovem enfermeira, Mili (Janhvi Kapoor), mora com o pai e sonha em se mudar para o Canadá em busca de melhores condições de trabalho.
Enquanto se prepara para a viagem, ela trabalha meio período em um restaurante fast-food, até que em uma noite o pior acontece. Sem querer, seu chefe a prende dentro do freezer do local obrigando a jovem a lutar desesperadamente por sua vida, torcendo para que seu pai e namorado a encontrem antes que seja tarde.
A seguir a gente te conta o que achou do filme e os principais motivos para que Mili seja considerado um sucesso.
Por que faz tanto sucesso?
Ao assistir ao filme de pouco mais de duas horas, não é difícil entender porque ele vem caindo nas graças do público.
Impossível não criar empatia pelos personagens
Antes de chegar na parte desesperadora da garota presa no freezer, o diretor do filme, Mathukutty Xavier, decidiu usar uma estratégia muito inteligente: dar amplitude para cada um de seus personagens antes da ação.
Pois é, Mili é um filme que usa toda a sua primeira parte para apresentar ao público a personalidade e os dramas da garota, de seu pai e seu namorado. E o que fisga o coração do espectador é que, cada um a seu jeito, é extremamente apaixonante.
Mili é a garota esforçada e pé no chão, que sonha com uma vida melhor e cuida do pai com todo o amor. Niranjan, o pai, é a imagem do paizão amoroso, engraçado e apoiador da filha, mas que no fundo esconde a tristeza por ela pensar em ir para outro país.
Já Sameer, o namorado secreto da protagonista, é um bonitão irresponsável, mas também apaixonado pela jovem e disposto a mudar de vida por ela.
Em resumo, as personalidades de cada personagem é bastante próxima da realidade, assim, quando o verdadeiro drama do filme começa, é impossível para o espectador ficar alheio ao sofrimento de cada um deles.
O suspense é de deixar o coração na boca
Quando Mili se vende como um suspense, ele não está para brincadeira.
É como se o longa aprisionasse o espectador no freezer junto com a protagonista. Assim, o público passa por todo o sufoco claustrofóbico junto com Mili.
Para garantir isso, a produção busca evidenciar que o tempo da protagonista está se esgotando, seja pelo constante “tique-taque” de um relógio no fundo das cenas, seja pelo termostato do congelador que hora ou outra aparece cada vez mais gelado. Por fim, o crescimento das feridas de frio de Mili ao longo do filme, arrepiam o espectador que nunca sabe se, afinal, ela será ou não salva.
A fotografia e algumas decisões artísticas
Por fim, a fotografia associada a algumas decisões artísticas de roteiro tornam o filme ainda mais rico.
Exemplo disso é logo na abertura do longa quando a câmera acompanha um formiga passeando alegremente pela casa de Mili, e logo em seguida sendo presa no congelador da geladeira, antecipando o grande drama do filme.
Em outro momento, já dentro do congelador, é usado um jogo de câmera nas portas do restaurante, que serve para localizar o público da distância que Mili está de qualquer um que possa ajudá-la.
Esses recursos e decisões do diretor de arte, ajudam de verdade a induzir as emoções do público, o que aumenta consideravelmente a qualidade do longa.
Conclusão
Em resumo, sim, podemos dizer que Mili merece sim a maior parte dos elogios que vem recebendo do público.
O longa não é uma obra-prima e sofre sim com diversas falhas, porém, seu trabalho artístico e de elenco é muito bom.
Para além disso, ele cumpre exatamente os requisitos de um bom suspense: prender o espectador em uma história aflitiva, e entregar um resultado final nada decepcionante. Em resumo, muito bom filme.
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