Na última quinta-feira (12) chegou à Netflix a série Makanai: Cozinhando Para a Casa Maiko, produção que retoma o interesse do público pelo mundo das milenares gueixas japonesas.
Sensível, o drama é focado na bela história de amizade de duas jovens que inicialmente compartilham o mesmo sonho de se tornarem aprendizes de gueixas (conhecidas como maikos).
Infelizmente elas logo percebem que uma das duas não tem a vocação para ter sucesso na profissão. Assim, elas seguem por caminhos diferentes na mesma casa, no entanto, mantendo o apoio incondicional uma à outra.
Muito mais realista do que outras produção com o mesmo tema, Makanai surpreende pelos assuntos abordados em sua trama, próximos do mundo atual e cheios de dilemas universais.
Assim, algumas pessoas que já puderem conferir a série tem levantado dúvidas sobre se esse drama seria baseado em um história real.
Bem, sobre isso, nós falamos mais nos parágrafos a seguir.
“Makanai: Cozinhando Para a Casa Maiko” é uma história real?
Kiyo e Sumire são as duas grandes protagonistas do novo dorama da Netflix, mas para quem está se perguntando se as personagens e suas histórias são baseadas em história real, a resposta é não.
Na verdade, Makanai é uma série baseada em um mangá japonês que se tornou um fenômeno há alguns anos.
Kiyo in Kyoto: From the Maiko House é uma história em quadrinhos criada por Aiko Koyama, que iniciou suas publicações no Japão em dezembro de 2016.
Assim como a série da Netflix, a HQ se passa no famoso distrito das Gueixas em Quioto para o qual Kiyo e Sumire se mudam com a missão de se tornarem maikos. Ao iniciar seus estudos, no entanto, enquanto Sumire se destaca em todas as atividades e visivelmente apresenta grande potencial para a profissão de gueixa, Kiyo é desajeitada e cheia de dificuldades.
Assim, Kiyo está prestes a ser mandada embora da casa maiko onde habita com Sumire, quando, ao demonstrar seus dotes culinários, acaba ocupando a vaga permanente de cozinheira das aprendizes.
A série em mangá foi publicada até outubro de 2022, e nesses quatro anos angariou diversos elogios e reconhecimentos por seu modo de apresentar o mundo das aprendizes de gueixas de forma quase didática, mas muito sensível.
Além disso, a forma como o quadrinho trata temas como vocação, missão individual e mudança de sonhos, a fez ser reconhecida em 2020 no 65º Prêmio Shogakukan de Mangá na categoria shonen, ou seja, mangás voltados ao publico adolescente.
Inspirações para a série da Netflix
Apesar de baseada no mangá de Koyama, o showrunner da série Netflix, Hirozaku Kore-eda se permitiu modificar um pouco o foco da história.
Em uma entrevista cedida ao Time, o diretor revelou que em Makanai ele queria que o público tivesse uma visão mais realista sobre as gueixas. Assim, Kore-eda fez uma larga pesquisa sobre a vida das aprendizes dessa profissão.
Segundo ele, foi realmente impressionante descobrir que no cerne das casas maikos as mulheres que ali vivem tem uma verdadeira relação de família, muito mais amigável do que outras obras cinematográficas sobre o assunto dão a entender.
Assim, ele buscou quebrar os estereótipos sobre gueixas em sua produção, ao mesmo tempo que se inspirou completamente na forma como o mangá associa a comida aos sentimentos das pessoas.
Antes do live-action, série ganhou anime
O sucesso e impacto de Makanai no Japão e outros países da Ásia foi tão grande que em 2020 a emissora NHK decidiu adaptar o mangá em uma versão anime.
O “desenho animado” foi ao ar mundialmente pela NHK World entre janeiro e fevereiro de 2021, com um total de 12 episódios.
Assim como na versão impressa, além das vidas de Kiyo e Sumire na casa de gueixas, o anime dava grande enfoque aos famosos pratos da cultura japonesa, que em cada episódio acabavam tendo grande importância no drama cotidiano de cada personagem.
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