Que os anos 80 são extremamente populares hoje em dia, isso você deve ter reparado com o sucesso de produções como Stranger Things, e mais um exemplo desse fato é que o filme Live is Life está há vários dias entre os mais assistidos da Netflix, inclusive fazendo as pessoas se perguntarem se é baseado em uma história real.
Com uma história sobre 5 amigos que saem em uma aventura durante um verão inesquecível da adolescência, o filme de Alberto Espinosa e Dani de la Torre é sensível e humanizada, e com certeza traz elementos que justificam pensar que talvez o roteiro não seja apenas uma ficção.
Sobre isso, nós fomos atrás de informações e você confere o que descobrimos nos parágrafos a seguir.
Live is Life é baseado em uma história real?
Apesar de a história principal de Live is Life (a jornada dos amigos em busca da flor magica), ser puramente fictícia, e de muita coisa no filme ter claras referências a outros clássicos dos anos 80 (como o filme Conte Comigo), muitos elementos e passagens do filme tem sim um fundo de história real.
Espinosa e de la Torre foram adolescentes na Espanha dos anos 80, dessa forma, tanto a sociedade espanhola oitentista no geral foi usada como inspiração para o filme, quanto as experiências de vida pessoais do diretor e do roteiristas.
As longas viagens de férias de Barcelona até Galiza
A primeira coisa que foi retirada da vida real para colocar na narrativa do filme, foi a viagem do início do filme, quando um dos personagens viaja com a família de sua casa em Barcelona até a Galiza, onde todos costumam passar as férias.
Esse era um acontecimento comum na vida do diretor, Dani de la Torre, que quase todos os anos durante a infância e adolescência, fazia essa mesma viagem no verão até a casa de familiares.
Em entrevista, o diretor revelou que foi um pedido pessoal seu que a aventura dos cinco garotos se passasse na comunidade vizinha de Barcelona, já que dessa forma poderia se conectar mais com a história.
A forma leve de tratar um problema grave
A abordagem utilizada no filme de tratar de forma mais leve o grave problema de saúde de um dos amigos e do pai de um deles, é mais uma coisa que foi retirada das experiências de vida dos produtores.
Segundo de la Torre, nos anos 80 e na comunidade que ele viveu, as pessoas buscavam amenizar tragédias pessoais que aconteciam nas vidas daqueles que lhes eram próximos. Ele acredita que essa atitude era uma forma de não transformar as situações em um drama ainda maior para os entes queridos.
É por isso que no longa vemos que os adolescentes tratam com naturalidade o problema de saúde de um deles, nunca privando esse de viver aventuras ao seu lado, até como uma forma de fazer com que ele esqueça um pouco sua condição.
Além disso, o fato de o diretor do longa ter perdido a mãe para um câncer apenas dois meses antes do início da produção de Live is Life, também pode ter pesado na decisão de “aliviar” um pouco o tema “doença” do filme, ainda que em dado momento, o longa dramatize um pouco mais a situação.
A grave epidemia de heroína e AIDS
Apesar de o maior objetivo de Espinosa ter sido explorar as coisas boas e a vida mais simples que os anos 80 ofereciam, o roteirista não deixou de abordar os graves problemas sociais que também marcaram essa década com as epidemias de heroína e de AIDS que acabaram vitimando muitas pessoas na época.
Em entrevista ao Decine21, o roteirista revelou que se inspirou nos diversos casos de irmãos mais velhos de seus colegas de escola, vítimas de overdose ou que acabaram sendo infectados pelo vírus HIV, muitas vezes devido ao compartilhamento de agulhas durante o uso de heroína, e que desenvolveram a AIDS.
Ainda que tenha decidido não se aprofundar muito nesse lado sombrio em seu longa, a passagem em que os garotos acabam adicionando o novo “pequeno membro” ao seu grupo, de forma tão sensível, foi utilizada de modo a evidenciar que, mesmo saudosos, os anos 80 estavam longe de ser uma utopia.
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E você, já assistiu Live is Life? O que achou do longa? Conta para a gente aqui nos comentários.
