Desde que a Netflix passou a operar no Brasil, tem se tornado comum que a plataforma de streaming invista em títulos nacionais para diversificar seu catálogo. Neste sentido, um longa que acabou de voltar ao acervo é “Cidade de Deus”.
Com um enredo de tirar o fôlego, o título é, atualmente, um dos longas nacionais mais premiados da história. Entenda, a seguir, por que “Cidade de Deus” merece tanto sua atenção:
Conheça o enredo de “Cidade de Deus”:
A princípio, o enredo central de “Cidade de Deus” guia os espectadores até a favela que dá nome ao filme, conhecida como uma das maios violentas do Rio de Janeiro. Lá, eles têm a oportunidade de conhecer o jovem Buscapé, um garoto pobre, negro e de muita sensibilidade. Desde muito novo, contudo, ele cresceu em um ambiente completamente tóxico e violento.
Por viver em um universo de tão poucas possibilidades de ascensão social, o jovem Buscapé sempre fez de tudo para fugir do destino de se tornar um bandido. Uma das oportunidades que encontra, portanto, está no seu maior talento: a fotografia. Desde que passou a dedicar-se nessa atividade, ele conseguiu se destacar entre os demais.
É a partir deste talento, inclusive, que o longa acompanha a trajetória e a triste realidade de Buscapé. Através das lentes de sua câmera, ele registra o dia-a-dia de uma das regiões mais complexas, multiculturais e desiguais do Rio de Janeiro. Lá, onde a violência parece ser infinita, o garoto luta para se manter em uma vida de trabalho, tranquilidade e paz.
O que o filme tem de tão especial?
Quem conhece a história do cinema nacional sabe que, em termos gerais, “Cidade de Deus” é um dos longas de maior renome dos últimos anos. Com uma trama envolvente e imagens extremamente realistas sobre o cotidiano das favelas brasileiras, o longa é – atualmente – um dos títulos mais premiados já produzidos no Brasil.
O título, inclusive, tinha tudo para ser um dos indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2003. Sua indicação, contudo, não ocorreu após o boicote de um grupo de votantes da Academia, que deixaram a sessão de exibição antes que o longa se encerrasse. Na época, vale destacar, a instituição era composta em grande maioria por homens de perfil conservador.
Ainda assim, certa justiça pelo filme foi feita no ano posterior da premiação, quando foi indicado aos prêmios de Melhor Direção (Fernando Meirelles), Melhor Montagem (Daniel Rezende), Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani) e Melhor Fotografia (César Charlone). O título, infelizmente, não conseguiu ganhar as estatuetas.
Além do Oscar, contudo, “Cidade de Deus” foi agraciado por diversas outras premiações. O título, inclusive, venceu 5 categorias no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, uma das maiores honrarias nacionais do Cinema. Além disso, também foi sucesso de bilheteria e crítica nos cinemas.
Conclui-se, portanto, que “Cidade de Deus” é uma experiência inevitável para todos os assinantes da Netflix que estão em busca de uma produção que represente o cinema nacional com qualidade, técnica e experiência. Uma boa aula sobre realidade e crítica a um sistema injusto e desigual.
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