Filme “Cinzas”, final explicado: Gökçe era real ou apenas uma personagem?

Volta e meia surgem alguns filmes na Netflix que são bastante complexos e difíceis de decifrar. Esse é o caso de Cinzas, novo filme turco da plataforma que estreou há alguns dias, e tem um final tão confuso de compreender que é necessário ir analisando as pistas para tentar chegar à uma conclusão.

Se você, assim como muitas outras pessoas, também ficou sem saber direito o que realmente se passou no final da história, a seguir nós tentamos desvendar o mistério: afinal, o caso de Gökçe foi real, ou não passou de ficção?

Enredo de “Cinzas”

cinzas final explicado

Em Cinzas, Gökçe é uma mulher rica de Istambul, com um filho pequeno e um marido responsável por avaliar manuscritos para uma famosa editora.

Acostumada a auxiliar o marido na escolha de histórias que podem ou não ser publicada, um dia Gökçe se depara com um livro de um autor anônimo que acaba lhe chamando muito a atenção, intitulado Cinzas. A história é sobre o caso fervoroso entre uma mulher, e seu amante chamado “M”.

Aos poucos, Gökçe vai percebendo que as descrições dos locais do livro são inspirados em lugares reais, e que tanto M, quanto outros personagens, são muito detalhados para não serem inspirados em pessoas reais.

Completamente envolvida pelo enredo, Gökçe decide investigar o remetente anônimo do manuscrito e descobrir quem é o apaixonante M.

É assim que ela chega até a casa do carpinteiro Metin Ali, o homem da descrição do livro, com quem começa um affair, vivendo uma situação parecida com a da protagonista do livro.

O grande problema é que, ao finalmente encerrar o manuscrito, Gökçe descobre que a protagonista morre e que o suposto culpado por sua morte é Metin.

Mas como a autora/protagonista do livro poderia estar morta, se ela encerrou o manuscrito.

À beira da insanidade, Gökçe não consegue mais separar realidade de ficção, e é assim que uma bola de neve se inicia, para construir o final enervante do filme.

Final de “Cinzas”: Gökçe era real?

Assustada com tudo, e devolvendo o manuscrito ao marido com a desculpa que a história é impublicável, em pouco  tempo Kenan (o marido) percebe que o livro é o causador do novo comportamento da esposa. Ao ler o manuscrito, ele logo entende que se trata de uma história baseada na realidade, e vai atrás do endereço de onde o manuscrito foi mandado.

É assim que ele conhece Reyhan Akkaya, que revela que, provavelmente o livro foi enviado por sua irmã, Duygu, que assim como a protagonista, também está morta.

Horas depois, Kenan confronta sua esposa e Metin, acusando-o de ter traído Duygu com a irmã dela, o que teria causado seu suicídio. Metin, furioso, revela que na verdade a mulher era obcecada por ele, e já tinha problemas psicológicos anteriores.

Não demora muito para que os dois homem comecem a brigar e tudo termine em tragédia, com Metin apunhalando Kenan com um pedaço de vidro e, supostamente o matando.

É nesse momento que a grande reviravolta no filme acontece, já que Taner Alpar, o escritor que o marido de Gökçe havia criticado no início do filme aparece, lendo a história de seu livro intitulado “Cinzas”.

Segundo ele, no final da história, Gökçe se suicidou se atirando na frente de um trem, dando a entender que, toda a história que assistimos ao longo do filme não passou da história do livro sendo contada.

Para deixar tudo ainda mais confuso, nos momentos final, temos o vislumbre de Gökçe de mãos dadas com o filho esperando na estação de trem. O filme termina sem responder a pergunta sobre se ela se atirou nos trilhos, se a cena realmente aconteceu na vida real ou não passava do final do livro sendo dramatizado.

O que entendemos do final de “Cinzas”

Bem, a verdade é que, realmente, o final de Cinzas fica bastante em aberto, e é o clássico caso em que o roteirista deixa que o espectador decida o que é verdade ou não no final do filme.

Dessa forma, há algumas possibilidade de entender esse final.

O primeiro, é pensar que, realmente, toda a história não passou de uma ficção metalinguística escrita por Taner Alpar, e que nenhum dos personagens era, de fato, real.

O segundo é pensar que de alguma forma, após a morte de Gökçe Kenam, de alguma forma Taner teve acesso ao manuscrito do livro, juntou as peças do que aconteceu com o casal, e escreveu seu livro realmente baseado na história real de seus conhecidos. Isso justificaria o sorriso malicioso que troca com a esposa enquanto está lendo o livro no final do filme, como se se basear na história trágica de seu editor, fosse sua forma de se vingar pela crítica que recebeu anteriormente.

Nesse caso, o que fica realmente em dúvida é se, afinal, Gökçe se matou em frente ao trem ao não. Possivelmente, nunca saberemos esse detalhe do final de Cinzas.

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Aline ResendeFormada em Marketing e pós graduanda do curso de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalha na área de comunicação como Criadora de Conteúdo além de fazer trabalhos de atuação e locução para materiais em vídeo. Pseudo-cinéfila e apaixonada por todo universo Geek.
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