Desde que J.K. Rowling passou a compartilhar argumentos transfóbicos em suas redes oficiais, o nome da autora de “Harry Potter” tem estado em alta quando se debate sobre sua obra.
Ao defender que pessoas trans não devem ter acesso a espaços destinados a pessoas cis e até mesmo financiar instituições trans-excludentes, a autora tem encontrado como contraponto os próprios atores da franquia “Harry Potter“, que até então têm se posicionado de forma contrária à escritora.
Anteriormente, a atriz Evanna Lynch já tinha denunciado a nocividade das palavras de Rowling e reconhecido, publicamente, a legitimidade da luta pelos direitos trans. Em uma conversa recente, contudo, a atriz parece ter mudado um pouco de ideia.
Evanna Lynch defende luta pelos que “destransiocionam”
Desde que os primeiros comentários transfóbicos surgiram nas redes de J.K. Rowling, um argumento que tem sido constante em seu discurso é a ideia de que muitas garotas cis, descontentes com a pressão patriarcal, optam por fazerem cirurgia de redesignação mesmo sem ser pessoas transgêneros.
Esse processo, apresentado por Rowling como “destransição“, é utilizado como base argumentativa para tornar mais difícil as cirurgias de redesignação e, também, minar os direitos de pessoas trans. Esse argumento – comum no Feminismo Radical Trans-Excludente – foi evidenciado por Lynch em uma entrevista recente.
Enquanto comentava sobre a escritora, Evanna destacou que é importante que J.K. Rowling esteja “amplificando as vozes de quem destransiciona”. Confira a fala completa da atriz:
“Eu também acho que é importante que J.K. Rowling esteja amplificando as vozes de quem destransiciona. Eu tive esse impulso em ir e dizer ‘Vamos todos parar de falar sobre isso’, e acho que provavelmente sou um pouco mais corajosa agora sobre ter conversas desconfortáveis”.
O que Rowling e Evanna ignoram, contudo, é que os casos de “destransição” são ínfimos até mesmo nas estatísticas. Em um estudo publicado em janeiro, observou-se que de 1.989 pessoas que se submeteram à cirurgia de redesignação, apenas 0,3% desejaram o processo de destransição.
Este argumento, portanto, encontra fundamento apenas na defesa de uma retórica anti-trans que visa minar ainda mais os direitos de um dos grupos sociais que ainda é um dos mais perseguidos do mundo.
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Fonte: The Telegraph
