Conheça a história real por trás de “Justiça em Chamas”, filme da Netflix

Apesar da maior parte dos títulos de sucesso da Netflix se tratarem de produções originais, tem se tornado cada vez mais comum que filmes e séries licenciados se destaquem no streaming – é este o caso do longa Justiça em Chamas“.

Lançado nos cinemas em 2018, o filme é dirigido por Edward Zwick (Diamante de Sangue; O Último Samurai) e chegou recentemente na plataforma de streaming, tendo conquistado os espectadores logo na primeira semana de exibição.

Um dos grandes fatores que contribuem para o seu destaque é a ideia de que ele é baseado em uma história real. Sabendo disso, o Sobre Sagas separou algumas informações relevantes sobre o enredo e a veracidade dos fatos por trás de Justiça em Chamas“. Confira:

Conheça a história de “Justiça em Chamas“:

Enredo do filme traz discussões sobre pena de morte (Imagem: Divulgação/Roadside).

Categorizado como um drama criminal, o filme Justiça em Chamas” tem seu roteiro focado na vida de Cameron Todd Willingham, acusado pelo sistema de justiça norte-americano de matar suas filhas em um incêndio. Acontece que, mesmo alegando sua inocência e apresentando provas do que ocorreu, ele é condenado pelo tribunal à pena de morte, que continua gerando controvérsias na Corte dos Estados Unidos.

É nesse contexto que o caso chama a atenção de Elizabeth Gilbert, uma mulher que luta há anos pela supressão desse tipo de condenação, cujas incoerências podem ser irreversíveis. Determinada a descobrir a verdade, ela começa a investigar os ocorridos e reunir provas que podem inocentar o acusado – para isso, ela deve correr contra o tempo para obter sucesso.

Conheça a história real por trás de “Justiça em Chamas”:

Conheça a história real por trás de "Justiça em Chamas", filme da Netflix
Filme retrata, com fidelidade, caso de justiça envolvendo Cameron Todd Willinhgham (Imagem: Reprodução/IMDb/InvHub).

Para além da historia do verdadeiro Cameron Todd Willingham, o filme que faz sucesso na Netflix teve como premissa um artigo de mesmo nome publicado pelo New Yorker. Em seus parágrafos, o autor David Grann questiona a possibilidade do Texas ter condenado à morte um homem inocente e relata sobre as inúmeras tentativas de Elizabeth Gilberth para reverter o caso.

Para além do debate sobre pena de morte, o filme também aborda em um segundo plano a relação conflituosa de Cameron com sua esposa, Stacy. Neste ponto, é válido salientar que a história pode ter se afastado da realidade pelo fato da produção do filme ter pouco acesso a informações sobre a vida do casal – e tudo ficou ainda mais complexo quando a verdadeira Stacy se recusou a fornecer informações para a produção do filme.

A maior parte do trabalho, portanto, foi em tornar dramático os bastidores de um julgamento que já é conhecido pelo público. Para isso, os roteiristas tiveram que lidar com a ideia de improvisar algumas cenas que não aconteceram na realidade – como é o caso do primeiro depoimento do Stacy, onde ela grita no tribunal para que possa ser ouvida devidamente.

O incêndio que tirou a vida das três filhas de Willingham e a forma como ele conseguiu salvar apenas a si próprio do incidente foi retratado de forma fiel pelo filme, que já impacta o espectador com suas premissas. Outro ponto bastante realista do filme é o corredor da morte para o qual o réu é enviado e como demorou para que sua pena fosse concluída – foi apenas em 1999, 8 anos após a sentença, que ele entrou em contato pela primeira vez com Elizabeth Gilbert.

Cameron entrou em contato com Elizabeth Gilbert cerca de 8 anos após sentença (Imagem: Reprodução/Roadside).
A atuação de Gilbert no caso também foi retratada com fidelidade por Laura Dern, atriz que interpreta a personagem no filme. Apesar dos seus esforços, Cameron foi sentenciado a morte em 2004, e suas últimas palavras foram reproduzidas pelo longa: “A única declaração que quero fazer é que eu sou um homem inocente culpado por um crime que não cometi. Eu fui perseguido por 12 anos por algo que não fiz”.

Acerca do crime em questão, é válido destacar que o julgamento de Cameron até hoje gera discussões entre os especialistas no assunto. Apesar de ter sido enviado para a pena de morte, a perícia forense sempre destacou que as evidências não eram conclusivas. Uma investigação feita após sua morte, em 2009, um especialista da Comissão Científica Forense do Texas revelou que as acusações contra o réu eram duvidosas, e por este motivo, ele não deveria ter sido sentenciado. 

E é exatamente nessas controvérsias entre o que foi julgado qual é a realidade que o filme da Netflix mais acerta. O caso de Cameron gerou centenas de discussões acerca da pena de morte no país – e a ideia de que outras pessoas possivelmente inocentes possam ter sido sentenciadas deixa tudo ainda mais pesado. Acerca dessa reflexão, o filme reproduz com fidelidade os sentimentos dos envolvidos.

CONFIRA Também:
Baseado em história real, esse filme sobre JUSTIÇA está emocionando os assinantes da Netflix. Conheça!

Você já assistiu Justiça em Chamas” no catálogo da NetflixJá conhecia a história real que inspirou o filme de 2018? Compartilhe suas opiniões com a gente nas redes sociais, e para ficar por dentro de tudo que envolve o filme e as demais produções que continuam fazendo sucesso na plataforma, fiquem sempre ligados aqui e nas páginas oficiais do Sobre Sagas!

Marcello OliveiraArquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.
FacebookInstagramLinkedin
Fechar