Avatar da Netflix resolve grande problema com Azula

Elizabeth Yu como Azula em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)
Elizabeth Yu como Azula em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)

Avatar: O Último Mestre do Ar, adaptação em live-action da famosa animação Avatar: A Lenda de Aang, da Nickelodeon, finalmente estreou na Netflix. E como de costume, o live-action apresentou algumas diferença em comparação ao material original.

Dentre os vários elementos da série, um destaque é a reformulação da personagem Azula (Elizabeth Yu), a jovem prodígio da Nação do Fogo e uma das vilãs mais cativantes da história original.

Netflix acerta em dar um papel maior para Azula no live-action

A decisão da Netflix de aumentar o protagonismo de Azula é recebida com bons olhos tanto pela crítica quanto pelos fãs. A personagem, que se revelou uma ameaça primordial nas temporadas 2 e 3 do desenho, tem sua presença ampliada desde o começo dessa nova incursão.

Isso possibilita uma compreensão mais aprofundada de suas motivações e das circunstâncias que a fizeram se tornar uma mestra exímia no domínio do fogo, além de uma estrategista e combatente formidável.

Na animação, Azula ocupa uma posição secundária na primeira temporada, atuando nas sombras e emergindo como uma força central apenas nos capítulos subsequentes. No entanto, a Netflix antecipa a chegada de Azula, oportunizando um envolvimento mais intenso e consistente com os outros personagens, principalmente com o próprio irmão Zuko.

A iniciativa de oferecer um destaque maior à personagem é considerada uma jogada inteligente. Os fãs da série original podem lembrar que Azula possuía uma maldade mais estratégica e perigosa em comparação com o Almirante Zhao, o antagonista da primeira temporada, cuja vilania era mais direta e menos sofisticada.

Elizabeth Yu como Azula em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)
Elizabeth Yu como Azula em Avatar: O Último Mestre do Ar (Divulgação / Netflix)

Desenho animado não explorou Azula o suficiente

Em retrospectiva, a série original da Nickelodeon não se aprofundou suficientemente nas camadas da princesa Azula. A animação a retratou como uma criança prodígio com tendências cruéis, supostamente nascidas de um desejo de aprovação paterna e sede de poder.

Entretanto, a série pouco fez para examinar as causas desse comportamento, limitando-se a contrapô-la ao seu irmão Zuko, cuja jornada de redenção e conflito interno foi fartamente desenvolvida.

Ao estender um olhar mais atento a Azula, a adaptação da Netflix disseca o que realmente reside por trás de sua natureza aparentemente malévola e como isso se diferencia drasticamente do caminho escolhido por Zuko.

Pode ser que Azula, assim como o irmão, tenha enfrentado seus próprios demônios e traumas na busca pela excelência e no cumprimento das expectativas de uma Nação do Fogo que valoriza o poder acima de tudo.

Explorar os motivos da jovem antagonista além do apetite por domínio e admiração do pai poderá enquadrá-la como uma personagem multifacetada, e, talvez, mais humanizada. Entender a complexidade de Azula poderá não somente gerar simpatia entre o público, mas também dar um realce maior ao seu arco narrativo e ao impacto emocional de sua eventual queda.

Sergio ScarpaFormado em Administração e Psicologia, e também fez curso de desenho. Fã de games, desenhos animados, séries e filmes.
Fechar