Avatar 2 e James Cameron têm sido acusados de apropriação cultural. Entenda a polêmica!

Desde que Avatar: O Caminho da Água” estreou nos cinemas do mundo, o filme tem estado entre os assuntos mais comentados do mundo do entretenimento. Após anos de espera, os fãs finalmente têm a oportunidade de retornar ao universo de Pandora.

Apesar da animação, é claro que um filme de alcance tão grande geraria diversos debates nas redes sociais. Nesse sentido, uma polêmica recente envolvendo apropriação cultural de elementos indígenas norte-americanos tem repercutido nas redes.

“Avatar: O Caminho da Água” é acusado de apropriação cultural

Recentemente, uma campanha compartilhada no twitter pede que os possíveis espectadores boicotem “Avatar: O Caminho da Água” sob a acusação de que o filme apropria-se de elementos indígenas de forma nociva “para satisfazer o complexo de branco salvador” de algumas pessoas.

De acordo com o protesto, James Cameron agiu de má fé ao se apropriar de elementos indígenas para criar os povos Na’vi, raça alienígena que faz parte de Avatar”. Segundo o texto-base, o diretor se apropria de diversos recursos problemáticos para criar o filme – e por isso, deve ser boicotado.

O manifesto ainda acusa Cameron de promover blueface“. O termo foi cunhado após a estreia do primeiro filme – e de forma geral, refere-se a mídias que se apropriam de elementos culturais de minorias e misturam com ficção para tornar a apropriação aceitável. Além disso, o diretor também é criticado por convidar pessoas brancas para dublarem e interpretarem esses personagens.

A publicação ainda conta com algumas recomendações de títulos que exploram de forma responsável as questões indígenas, formas de ajudar os povos originários norte-americanos e uma carta aberta para James Cameron.

Entenda a relação entre os N’avi e os Lakota Sioux

Desde que o primeiro filme de Avatar” foi lançado, especialistas em cultura discutem algumas semelhanças entre os N’avi e os povos Lakota Sioux. Conhecida como uma das civilizações mais complexas e importantes da América do Norte, eles se dividiam entre três grandes clãs e ocupavam o nordeste dos Estados Unidos, região de pradarias e rios.

Representantes e descendentes desses povos passaram a lutar contra Avatar” ao verem sua cultura representada de forma indevida no longa de 2009. Posteriormente, tudo ficou ainda mais complexo quando o próprio James Cameron reconheceu a referência utilizada em uma entrevista. Confira a fala do diretor:

Senti como se estivesse há 130 anos, observando o que os Lakota Sioux poderiam estar falando enquanto estavam sendo empurrados e mortos, quando pediram para que eles se deslocassem e recebessem alguma forma de compensação.

Essa foi uma força motriz para mim ao escrever Avatar – não pude deixar de pensar que se eles tivessem uma janela de tempo e pudessem ver o futuro… e assistir seus filhos cometendo suicídio com as taxas de suicídio mais altas do país… eles não tinham esperança e eram uma sociedade sem saída – e é o que está ocorrendo agora – eles teriam lutado muito mais.

A fala de Cameron sobre esses povos gerou revolta em representantes. Descrevê-los como “sem saída” e destacar que “não tinham esperança” e poderiam ter lutado mais contra o colonialismo não caiu bem entre as falas do cineasta. Alguns entenderam, inclusive, que Cameron disse que os povos Lakota Sioux permitiram que suas terras fossem invadidas.

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Por fim, queremos saber: o que você achou das referências utilizadas por James Cameron na criação de Avatar: O Caminho da Água“? Pretende assistir ao filme nos cinemas? Compartilhe suas opiniões com a gente nas redes sociais. Para ficar por dentro de tudo que envolve o filme, fiquem sempre ligados aqui e nas páginas do Sobre Sagas![

Fonte: The Guardian

Marcello OliveiraArquiteto e Urbanista aficionado por Cenografia e Cinema. Criador de conteúdo da área desde 2013 e apaixonado por adaptações cinematográficas, especialmente de fantasia.
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