Desde que a Netflix anunciou que faria uma releitura de “Pinóquio” dirigida por Guillermo Del Toro (O Labirinto do Fauno; A Forma da Água), o longa tem estado entre os mais aguardados pelos assinantes da plataforma.
A princípio, o filme já surpreendeu a todos por utilizar-se da tecnologia stop motion. Destaque por seu trabalho artesanal, o trabalho da equipe criativa em entalhar os personagens é um dos maiores acertos da animação.
Toda a atenção que o longa tem recebido, portanto, tem chamado a atenção dos espectadores que conhecem apenas a versão clássica da história. Nesse sentido, o Sobre Sagas elencou alguns elementos pelos quais “Pinóquio” merecem sua atenção. Confira:
Conheça o enredo de “Pinóquio” da Netflix:
Inicialmente, o roteiro de “Pinóquio” é uma adaptação do conto de fadas clássico publicado por Carlo Collodi. O enredo, portanto, gira em torno de um boneco de madeira que sempre sonhou em ser um garoto de verdade. Dessa vez, contudo, a história é fortemente afetada pelo contexto: o filme se passa na Itália de 1950, quando o fascismo comandava as leis do país.
Ao contrário de suas versões clássicas, contudo, “Pinóquio” apresenta uma versão diferente do garoto que ganha vida. Aqui, o protagonista investe suas habilidades em pregar peças e aprontar com todos a sua volta. O filme, então, se esforça em mostrar o garoto sofrendo as consequências de algumas escolhas erradas que toma.
Em sua jornada por aventura e autoconhecimento, Pinóquio cruza o caminho de vários personagens icônicos, como o Conde Volpe e a Morte, que exigirão dele astúcia e determinação. Além disso, ele deve aprender uma grande lição enquanto tenta salvar seu pai de uma terrível criatura dos mares. Não se assuste, contudo, se a história te levar para um caminho que não esperava.
Por que o filme irá mudar a forma como você enxerga o conto?
Não espere, portanto, que a magia por trás dos acontecimentos seja o elemento central da história. Aqui, “Pinóquio” ganha drama e profundidade ao explorar as intenções travessas do garoto e as consequências de seus atos. A própria visualidade, reforçada pelo estilo stop motion, já indica ares mais adultos a história que todos conhecem.
Entre os novos elementos presentes na adaptação, nota-se a presença de uma crítica social contundente e certeira. Ao retratar um tempo difícil para a Itália, o longa ganha tons sombrios e autoritários que vão de encontro à rebeldia sempre presente do personagem. Nesse sentido, o filme vive utilizando de metáforas para apontar e criticar problemas sociais reais.
Ao deparar-se com problemas reais, Pinóquio é obrigado, por fim, a deixar sua infância idealizada e evoluir enquanto aquilo que o torna especial: o fato de ser humano. Essa ambiguidade constantemente reforçada pelo filme não apenas aproxima o roteiro do conto original, mas leva os espectadores a discussões conflituosas sobre rebeldia, amadurecimento e o que os torna humanos por definição.
Assista ao trailer de “Pinóquio”:
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