Maestro chega à Netflix na próxima quarta-feira, 20 de dezembro, com pompa e aclamação da crítica que deve lhe render algumas indicações nas premiações de início do ano. Baseado na história real do maestro Leonard Bernstein e sua esposa, Felicia Montealegre, talvez você esteja se perguntando o que há de tão interessante na história de casamento de um casal que faça render um filme aclamado.
Pois bem, o que acontece é que o caso de amor entre essas duas figuras transcendeu de várias formas os parâmetros comuns para a época (anos 50), e sem dúvida é original o bastante para render uma bela película.
A história real por trás de “Maestro”
A história real de Leonard Bernstein e Felicia Montealegre começou em 1946, quando ela tinha 24 anos e era uma atriz em ascensão, e ele é uma jovem maestro de 28 anos que iniciava uma carreira meteórica no meio musical.
Naquele mesmo ano, os dois noivaram, porém, quase uma ano depois, anunciaram o rompimento, até então por motivos desconhecidos à mídia.
O que acontece é que Leonard era homossexual, fato que rendeu inúmeras discussões e dificuldades para um relacionamento com Felicia, e motivo para o rompimento de ambos.
Conforme as correspondências de Leonard que foram disponibilizadas para estudos de sua vida pela família do músico, ele nunca conseguiu se desapegar da ex-noiva nos anos que se seguiram à separação.
Em cartas enviadas para sua irmã em 1950, Bersntein explicava que não conseguia tirar Felicia da cabeça, e tudo o que conseguia pensar era em se casar e constituir família com ela.
“Eu a amei, apesar de todos os bloqueios que prejudicaram consistentemente meu mecanismo amoroso, verdadeira e profundamente desde o início. Solitária no mar, meus pensamentos eram apenas nela. Outras meninas (e/ou meninos) não significavam nada,” disse em uma das cartas.
Assim, em 1951, quatro anos após o rompimento, Felicia decidiu aceitar Leonard como ele era, e se casou com ele.
A jovem, então com 29 anos, decidiu que, apesar do gosto de seu amado por outros homens, os dois poderiam construir uma vida juntos com base em outros elementos de afeto que dividiam fortemente.
Assim, eles fizeram um acordo em que Felicia estava disposta a aceitar que o marido tivesse casos ocasionais com homens, desde que ele não falasse sobre isso com ela e fosse discreto.
Dessa forma se seguiu durante anos o casamento dos dois, com um profundo amor e com o apoio de Felicia ao marido, que por sua vez lhe retribuía, mas acumulava casos com outros homens.
Eles tiveram três filhos, e Felicia decidiu largar a carreira de atriz para se dedicar integralmente à família.
Segundo outras tantas correspondências trocadas entre o casal, e deles para outras pessoas, apesar de aceitar o acordo e conviver com ele, as coisas não eram realmente fáceis para Felicia.
Até que em 1976, as indiscrições dos casos de Bernstein passaram a afetar de verdade sua família, que ouvia rumores constantes sobre ele e seus amantes.
Nessa época, Felicia deu um ultimado ao marido e os dois acabaram se separando informalmente, com o maestro indo morar com seu amante Tom Cothran, entre 1976 e 1977.
Bernstein em dado momento, no entanto, se arrependeu, e decidiu buscar a reconciliação com a esposa. Infelizmente nessa mesma época, ela foi diagnosticada com câncer de pulmão.
Segundo estudiosos da vida de Bernstein, ele se culpou pela doença da esposa por acreditar que a levou ao limite com sua traição do acordo dos dois. Assim, durante os meses que se seguiram, Leonard cuidou de Felicia integralmente, até a morte dela aos 56 anos, em 1978.
Maestro chega à Netflix na próxima terça-feira, 20.
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