Nos últimos anos um subgênero literário que ganhou muita força é o de mistérios protagonizados por mulheres que acabam entregando um final no estilo “não é o que parece”. A Garota no Trem é um filme baseado em um desses tipos de livros e faz jus ao estilo que propõe.
Dirigido por Tate Taylor, o longa é a adaptação do livro homônimo da autora Paula Hawkins, que se tornou um best-seller fenômeno no mundo todo. Com isso, Hollywood não perdeu a oportunidade de dar vida à essa história, escalando algumas de suas maiores estrelas para protagonizar essa versão.
Aqui um adendo: nesse texto iremos tratar de A Garota no Trem protagonizada por Emily Blunt e lançado em 2016, e não do filme com mesmo nome que é um original Netflix, lançado em 2021. Ambos os filmes estão na plataforma, por tanto a necessidade de esclarecimento.
Sobre A Garota no Trem
A Garota no Trem tem roteiro assinado por Erin Cressida e foi um grande sucesso de bilheteria quando lançado em outubro de 2016.
No centro da história está Rachel Watson (Emily Blunt) uma mulher que acabou de passar por um divórcio traumático e que desde então, vive em uma rotina perigosa de autodestruição.
O único momento de paz que Rachel tem em seus longos dias, é quando passa de trem em frente a casa de um belo casal, sobre quem adorava fantasiar que levam uma vida perfeitamente apaixonada.
As frequentes espiadas na vida dos desconhecidos faz com que Rachel crie uma ligação emocional platônica com eles, por isso, quando testemunha algo estranho acontecendo na casa do casal em uma manhã, ela fica extremamente abalada.
As coisas só pioram quando Rachel se vê envolvida em um misterioso caso de desaparecimento. Devido ao alcoolismo, ela precisará fazer de tudo para descobrir o que realmente aconteceu durante a fatídica noite da qual tem apenas alguns flashes de lembranças e muitas incertezas.
Uma adaptação abaixo do livro, mas que ainda vale a pena ser assistida
Não é por menos que o livro A Garota no Trem se tornou um dos mais vendidos em 2015 e uma grande referência atual quando se trata de história de suspense. E apesar de sua primeira adaptação para o cinema não ser tão impactante quanto poderia, ainda assim vale a pena dar uma chance para esse filme.
Rachel é uma personagem que brinca bastante com os sentimentos do espectador. Em um primeiro momento é difícil não sentir uma espécie de pena misturada com desgosto pela personagem, já que ela assume uma personalidade obsessiva tanto relacionada ao ex-marido, quanto em relação à Megan (Haley Bennet), a jovem que Rachel observa do trem.
É difícil não ver Rachel como uma espécie de “mal-amada insuportável” nesse início, mas a medida em que o longa se desenrola suas motivações, passado e traumas, tornam impossível não sentir empatia pela personagem.
Vale dizer que a construção narrativa de A Garota no Trem se mantém um pouco confusa para espectadores menos atentos.
De fato, o grande mistério da história só é completamente explicado no final. Porém, quem prestar bastante atenção na história, conseguirá encontrar alguns detalhes primordiais que farão diferença no entendimento final.
E por falar em final, com certeza o maior motivo para assistir A Garota no Trem é seu desfecho surpreendente e completamente inesperado.
O filme realmente é falho em alguns pontos, e até sua metade, pode ser bastante lento. No entanto, quando começa a desvendar a bagunça que liga as vidas de todos esses personagens, o enredo se torna impossível de largar, e premia o espectador com explicações lógicas, bem amarradas e muito surpreendentes.
Enfim, de modo geral, o filme A Garota do Trem não atinge o mesmo nível de suspense e envolvimento com os personagens que o livro desperta. Ainda assim, é uma boa opção de mistério para se conferir na Netflix.
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